A definição correta de sustentabilidade na visão atual é atividade economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta - o Triângulo da Sustentabilidade.
Um exemplo real de comunidades
humanas que praticam a sustentabilidade em todos níveis são as ecovilas
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é prover o melhor para
as pessoas e para o ambiente tanto agora como para um futuro indefinido.
Ao atuarmos de forma irresponsável e queimarmos indiscriminadamente
nossos recursos naturais, sem dar tempo ao planeta para se recuperar, estamos
provocando a escassez de recursos necessários a nossa sobrevivência e
dificultando a vida de milhões de pessoas. Um exemplo clássico disso é a falta
de água potável que muitas comunidades vem enfrentando em alguns países e que,
se uma forma mais grave de escassez se manifestar, acabará causando guerras
pela posse e conquista das fontes de água potável remanescentes.
A exploração e a extração de recursos com mais eficiência e com a
garantia da possibilidade de recuperação das áreas degradadas é a chave para
que a sustentabilidade seja uma prática exitosa e aplicada com muito mais
frequência aos grandes empreendimentos.
Ações aparentemente simples e de pouco impacto, quando tomadas por um
grande número de pessoas, tornará a sustentabilidade uma realidade palpável e
real em qualquer parte onde haja a presença humana e garantirá a sobrevivência
de nossa espécie por muito mais tempo.
Um grupo de
especialistas mundiais em meio ambiente publicou um documento com recomendações
para os líderes governamentais sobre ações necessárias e urgentes para
compatibilizar desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e
social do planeta.
Intitulado Desafios ambientais e desenvolvimento: o imperativo para
agir, o documento foi elaborado por 20 cientistas laureados com o Blue Planet
Prize.
Concedido pela fundação japonesa Asahi Glass Foundation desde 1992 – por
ocasião da realização no Rio de Janeiro da Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92 –, o prêmio é
considerado o “Nobel do Meio Ambiente”, dado que a máxima distinção científica
concedida pela Fundação Nobel não premia essa área de pesquisa.
Entre as personalidades laureadas com o prêmio, cujo nome é inspirado na
máxima “a Terra é azul”, cunhada pelo cosmonauta russo Yuri Gagarin (1934-1968)
após viajar pelo espaço, em 1961, está Gro Harlem Brundtland.
A diplomata presidiu no início da década de 1980, quando era
primeira-ministra da Noruega, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenou a
realização do documento nomeado Nosso futuro comum, publicado em 1987 e mais
conhecido como Relatório Brundtland, que popularizou a expressão
“desenvolvimento sustentável”.
O prêmio também foi concedido em 2008 a José Goldemberg, professor do
Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), que
era secretário do Meio Ambiente do Brasil durante a ECO-92.
Algumas das recomendações dos cientistas no documento são eliminar os
subsídios em setores como os de energia, transporte e agricultura, que, na
opinião dos autores, criam custos ambientais e sociais, e substituir o Produto
Interno Bruto (PIB) como medida de riqueza dos países.
Na avaliação dos autores do artigo, o índice é incapaz de mensurar
outros indicadores importantes do desenvolvimento econômico e social de um
país, como seu capital social, humano e natural e como esses dados se cruzam.
Por isso, poderia ser substituído por outras métricas, como o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH).
“O PIB só mede transações econômicas, que não é a única medida para se
avaliar o progresso de um país. Há países como Cuba, que tem um desempenho
econômico muito ruim e PIB e renda per capita baixa, mas cujo sistema
educacional e de saúde são excelentes”, disse Goldemberg à Agência FAPESP.
Outras recomendações dos cientistas são conservar e valorizar a
biodiversidade e os serviços do ecossistema e criar mercados que possam formar
as bases de economias “verdes” e investir na criação e compartilhamento do
conhecimento, por meio da pesquisa e desenvolvimento, que, na opinião dos
autores, permitirão que os governos e a sociedade, em geral, “possam
compreender e caminhar em direção a um futuro sustentável”.
“Em síntese, a mensagem do documento é que não se pode seguir uma
trajetória de desenvolvimento cujo único parâmetro seja o crescimento
econômico”, avaliou Goldemberg.
“Isso é muito comum no Brasil, por exemplo, onde os economistas dizem
que a economia do país deve crescer 5% ao ano, mas se nesse processo a floresta
amazônica for destruída, para muitos deles está tudo bem, porque o PIB está
aumentando e gerando atividade econômica. Porém, se por um lado é gerado valor
econômico, o país perde sua biodiversidade e futuro”, ponderou.
O documento foi apresentado em 20 de fevereiro aos ministros de mais de
80 países que participaram da 12ª Reunião Especial do Conselho de Administração
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Fórum Global de
Ministros do Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia.
O cientista inglês Bob Watson, que coordenou a redação do documento e o
apresentou em Nairóbi, presidiu o Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) e atualmente é o principal conselheiro científico do Reino
Unido para questões ambientais.
Um exemplo de sustentabilidade:
O Aeroporto Internacional do Kuwait visa receber a certificação LEED
Gold (Leadership in Energy and Environmental Design) com a nova reforma, na
qual irá aumentar, significativamente, sua capacidade e estabelecer um centro
aéreo regional no novo Golfo por meio de um projeto sustentável.
O objetivo estratégico do projeto vai ser
acompanhado por um edifício terminal, que pretende fornecer conforto para os
passageiros, além de definir um marco ambiental para os aeroportos
internacionais.
O novo design do edifício terá uma estrutura inspirada em formas e
materiais locais, assim como em simplicidade e facilidade de uso. Já a
estrutura de concreto irá fornecer massa térmica e o telhado terá painéis
solares para coletar energia.
O aeroporto deve ter um telhado único com aberturas
envidraçadas capazes de filtrar a luz do dia, enquanto desviam a radiação solar
direta. A cobertura estende a sombra para proteger uma praça de entrada. Ela é
suportada por colunas de concreto com formas orgânicas, inspiradas no movimento
dos barcos à vela, tradicionais do Kuwait.
O local de desembarque terá a área de bagagens
cercada por cascatas de água para resfriamento. O paisagismo em torno do
aeroporto terá um oásis ao redor do prédio com as espécies nativas de deserto
ao longo da estrada de acesso.
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